Essa tendência alcoólica das moscas rejeitadas parece ser resultado de uma baixa concentração do químico cerebral conhecido como neuropeptídio F (NPF).
Quando a mosca faz algo que parece bom para sua evolução, como encontrar parceiros ou comer, um mecanismo interno aumenta os níveis de NPF. Mas esse químico também pode aparecer por fatores externos, como beber álcool. (E as moscas nem precisam ir ao bar para isso, já que frutas apodrecendo liberam a substância).
“O que encontramos foi uma ligação entre conquistas internas e externas”, comenta a pesquisadora do estudo, Galit Shohat-Ophir.
Os humanos possuem um neuropeptídio similar, o Y. Cientistas já encontram ligações entre o NPY e a satisfação pessoal em humanos e outros mamíferos.
O NPY é conhecido por inibir a vontade de beber álcool, e mutações relacionadas ao químico já foram encontradas em estudos com alcoólatras.
Para entender como o sexo influencia a bebedeira das moscas, os pesquisadores colocaram moscas macho virgens junto com fêmeas virgens e não virgens – no caso das segundas, elas rejeitam os machos.
As moscas foram ajeitadas em pares durante quatro dias, até que começassem a ganhar comida com álcool (15%). As que tinham conseguido parceiros praticamente não ingeriram o álcool, preferindo a comida sem álcool, enquanto as rejeitadas beberam quase o dobro do seu peso. As moscas virgens eram um caso moderado, bebiam “socialmente”.
“Dos experimentos que fizemos, nossas hipótese é que o álcool afeta o cérebro das moscas de maneira similar ao nosso”, comenta Shohat.
Quando faziam sexo, seus níveis de NPF aumentavam, por isso não precisavam do álcool, que gera um efeito parecido. [LiveScience]
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